PENSE

O LADRÃO DA GRATIDÃO

     A gratidão é o maior fruto do evangelho. Deus o elaborou para que assim fosse por razões maravilhosas. Ela é o maior poder para a vida cristã afim de agradarmos a Deus. Noutras palavras, se alguém deseja agradar a Deus, só conseguirá com o poder da gratidão. Não o medo. Não o egoísmo ou interesse, mas a gratidão. Porém existe um ladrão da gratidão. Algo que rouba seu poder parcial ou totalmente. Chama-se mérito.
     Quando você recebe algum benefício, fica alegre. Mas se fez por merecê-lo só estará alegre consigo mesmo e não com aquele que o beneficiou. No máximo pode haver alegria resultante da justiça. Mas esta alegria é mínima e limitada a sua performance. Ora. Onde a alegria do benefício resulta da justiça (mérito) não há espaço para gratidão. Ninguém fica grato com seu patrão porque lhe pagou o ordenado após um mês inteiro de duro trabalho. Por mais que fique contente com o salário, não acha que deve nada ao seu patrão. Não haverá desejo de agradacer. Se o seu patrão desejar alguma coisa de você, naturalmente você esperará salário. Isso prova que mérito é aquilo que rouba gratidão. E sem gratidão não há poder para obedecer.
  Por outro lado, se alguém a quem você não fez nada, lhe oferece benefício gratuito, a gratidão será gerada naturalmente. Quanto maior o benefício gratuitamente doado, maior será a gratidão ao doador. Acrescente a esta ilustração o fato de que você é devedor. Que é mal. Intensifique cada uma destas e some ao fato de apesar de tudo isso, ainda receber uma benção riquissima. O tamanho da gratidão será enorme.
     Tudo isso deve nos fazer pensar seriamente como deve ser a vida daqueles que acreditam ter algum mérito na salvação de suas almas. Quão difícil deve ser para eles não só obedecer, mas desejar obedecer. Como deve ser um fardo agrada a Deus. Debaixo da obrigação, toda alegria lhes é roubada. Como devem ficar insastifeitos quandos as coisas não saem como planejam e desejam. Como devem se sentir orgulhosos com sua boa performance espiritual e inseguros quando fracassam espiritualmente. Como são pobres em seu relacionamento intimo com Deus. Muitas outras implicações práticas podem ser extraídas da realidade de uma vida sem gratidão abundante. Mas o mais importante é compreender que tudo isso advem da ilusão do mérito. (f.2.8,9)

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