(Lc.18.9-14)
Os que se consideram justos por seus esforços:
Ou possuem sentimento de inferioridade com relação aos outros; Ou possuem sentimento de superioridade com relação aos outros. Inferiores quando não conseguem ter o mesmo comportamento que outros têm. Superiores quando conseguem ter o comportamento que outros não têm.
O evangelho tira a necessidade de comparação. Isso por que o evangelho mostra que todos são igualmente pecadores e todos são igualmente amados por Deus através de Cristo e não através de seus comportamentos.
Assim aqueles que confiam em si mesmos para serem justificados, vivem uma oscilação entre sentimento de inferioridade e superioridade.
· Desta forma uma vida de justificação pelas obras prejudica seriamente os relacionamentos.
Esta pessoa nunca consegue está próxima dos próximos. Sua vida de confiança nas obras o afasta das pessoas. Ele é separatista.
A justificação pelas obras cria uma parede divisória não só entre Deus e os homens, mas também entre homens e homens.
Assim. Se queremos viver uma comunhão livre de barreiras, precisamos crer na justificação pela fé. É a justiça de Cristo que nos proporciona o valor e o significado que temos. Não qualquer obra nossa. É uma justificação totalmente passiva.
Qual é o caminho para a justificação? Jesus nos mostra, através desta parábola.
O FARISEU
As características de alguém que ainda não foi justificado.
1. ORAÇÃO ANTROPOCENTRICA
· “De si para si mesmo” A oração do fariseu é totalmente egoísta. Ou seja. Ele ora em benefício de si mesmo. Dizer isso pode parecer muito estranho. “Mas a oração não é para nosso benefício?” Primeiramente não.
· Oração foi nos dado para glorificar o Pai. Ou seja. Ele deve ser o alvo da nossa oração, não nós. Deus deve deleitar-se em nos ouvir orar a Ele. Devemos se importar com a alegria de Deus. Desejá-lo satisfeito e feliz.
· Neste texto veremos como podemos fazer Deus se satisfazer (quando confiamos só Nele) em nossas orações e como podemos deixá-lo infeliz (Quando confiamos em nós).
· Esta é uma característica daqueles que acreditam na autojustiça. Sua vida de oração é sempre antropocêntrica. Não leva glória à Deus, mesmo que digam. O alvo das suas orações são eles próprios.
Lc.16.15 Ele lhes disse: “Vocês são os que se justificam a si mesmos aos olhos dos homens, mas Deus conhece o coração de vocês. Aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus.
Rm.3.27 ”Onde está, então, o motivo de vanglória? É excluído. Baseado em que princípio? No da obediência à Lei? Não, mas no princípio da fé.”
2. COMPARATISMO
a) Outra característica daquele que confia na própria justiça, é o de sempre se comparar com os outros. A base de sua santidade é sempre comparativa aos homens. Assim, para aqueles que são piores que ele, ele se sente orgulho. Para aqueles que são melhores do que ele, ele se sente humilhado e ameaçado.
b) Novamente, seus relacionamentos são sempre afetados pela sua auto-justiça. Ele não consegue andar em pé de igualdade para com o próximo.
c) Até mesmo entre os fariseus havia este tipo de sentimento. Bastava qualquer um demonstrar vacilação. Quando um fariseu parece dar crédito as palavras de Jesus, é imediatamente julgado. Estes homens são cegos porém em duas coisas:
- para a santidade de Deus.
- para sua pecaminosidade.
d) Por isso, embora sempre se comparam com outros homens, nunca se comparam com Deus. Ao fazerem esta comparação, não vêem a profundidade de seus pecados. São como porcos na lama zombando um do outro estando na mesma sujeira.
e) Para este, o pecado é sempre em comparação com as pessoas e nunca em comparação com Deus. “Eu não sou como os demais” Seu orgulho era de não ser como os demais homens e não de se parecer com Deus.
f) Ele se achava justificado através do não ser como os demais homens.
3. PRAGMATISMO
a) Outra característica daqueles que confiam nas obras para justificação é fazê-las como forma de ser justificado. Ele confia no seu comportamento como meio de ser justificado diante de Deus.
- Naquilo que ele não faz de errado.
- Naquilo que ele faz de certo.
Estas são as duas bases da auto-justificação.
O PUBLICANO
1. Tanto o fariseu como o publicano estão perdidos. Porém o publicano é salvo no final. Não por que cometia ou não pecados, mas por que reconhecia que era pecador e pediu misericórdia a Deus.
2. Talvez muitos dizem que se consideram pecadores. Porém não pedem misericórdia a Deus. Mas se você se vê pecador e não pede misericórdia a Deus, você não se acha tão pecador quando deveria achar.
3. Aquele que diz se achar pecador, e confia em reformas morais ou esforços pessoais para ser salvo e resolver o pecado, não se acha tão pecador como deveria.
4. Esta pessoa não possui a revelação profunda nem do seu pecado, nem da santidade de Deus.
a) Ela não se vê tão pecador, pois crer ser capaz de fazer alguma coisa para alcançar justificação de Deus.
b) Ela não vê Deus tão santo, pois vê ser possível Deus tendo que o justificar por causa de suas atitudes.
5. Porém se você se vê infinitamente pecador, nada que faça será capaz de justificá-lo.
6. E se você vê Deus infinitamente santo, nada que você faça será suficiente para cumprir as exigências da sua santidade.
Perceba que a forma como você lhe dá com o pecado é determinante para descobrir no que confia para ser salvo.
O QUE O CAMINHO DA JUSTIFICAÇÃO NÃO É.
1.
2. Não é a comparação com outras pessoas.
3. Não é o deixar de fazer coisas erradas e o fazer coisas certas.
4. Não é também se sentir pecador e tentar resolver seus pecados. (Este é o erro cometido pelos crentes. Ao se deparar com seu pecado, tenta resolvê-lo por si mesmo).
O QUE O CAMINHO DA JUSTIFICAÇÃO É.
O caminho para a justificação é reconhecer-se totalmente pecador. (que tem inevitavelmente o julgamento de Deus sobre si), e confiar na misericórdia de Deus para não ser condenado por Ele em razão da sua infinita santidade.
O publicano demonstra exatamente isso. Ele nem se aproxima totalmente, pois o sentimento inicial é de temor.
Não há direito intrínseco nele de chegar-se a Deus. É Deus que o permite se aproximar.
Ele não exige de Deus que o perdoe. Em outras palavras. Ele não confia no seu direito. Ele confia na misericórdia de Deus. Isso por que não há direito.
A idéia de direito precisa ser bem entendida. E dificilmente é. Toda vez que pensamos em direito, associamos a mérito ou independência.
A redenção não é algo que possa ser vivido a parte de Cristo. Não é algo que lhe foi dado por Cristo e agora Deus te deve. Não podemos deixar de confiar na misericórdia para confiar no “direito”.
Existe na verdade um direito; mas ele sempre é e sempre será baseado na misericórdia. Por isso o publicano sequer levanta os olhos.
As características de alguém que está para ser justificado
1. ENTENDIMENTO DA SANTIDADE DE DEUS.
“Batendo no peito” A atitude deste publicano é o desepero. Mas por que?
1. É o resultado esperado quando a vida de um pecador se depara com um Deus santo. Lembra de Isaías 6?
2. O desespero vem de que não temos direito de estar vivos, e que Deus tem o direito de nos punir.
3. Mas o maior desespero deste pecador é a de não conseguir resolver seu pecado. Ele não tem solução. Talvez tenha tentado, mas tudo foi em vão. É como uma dívida impagável que cresce cada vez mais.
a) Existe uma diferença entre aquele que ainda não foi regenerado e aquele que já foi. Mas esta diferença não é fácil de definir.
b) Podemos dizer com certeza que a diferença não é que um é pecador e outro não. Mas um é pecador justificado e outro não.
c) A confiança na morte de Jesus como paga absoluta por nossos pecados é a segurança que temos de que não seremos condenados pelos nossos pecados, mesmo depois de regenerados, e mais nada.
d) Para aqueles que não foram regenerados, sua tentativa de buscar justificação pelas obras, acumulará ainda mais a ira de Deus sobre si. Mas para aquele que é regenerado, o Espírito Santo fará, aquilo que está fazendo agora: reconduzir os filhos de Deus a se arrependerem não só de seus pecados, mas também de suas “boas obras”.
e) Isto nos faz com que nos sintamos perdidos, quando nos achávamos salvos em si mesmos.
f) O Espírito Santo fará isso para que possamos perseverar até o fim.
2. RECONHECIMENTO DA PRÓPRIA PECAMINOSIDADE
“Sou pecador”
- Ele não diz perdoa meus atos de pecado. Ele percebe que é essencialmente pecador. Seu pecado está na essência e não nos atos. (Não direi aqui a base funcional do pecado, mas basta dizer que vem de não confiarmos em Cristo como nosso salvador pessoal. Ídolos do coração).
- Na vida do publicano havia um deus que o dominava. Este deus o controlava totalmente. Ele chega ao desespero, primeiro em tentar conseguir felicidade tentando satisfazer este deus, e posteriormente em tentar se livrar dele, mas sem sucesso.
3. CONFIANÇA NA MISERICÓRDIA
· O caminho da justificação é somente a confiança na misericórdia. Aqui não falo de como foi possível Deus nos justificar. Mas basta dizer que conhecer isso é imprescindível para vencer o pecado na prática.
· Precisamos ver o horror da cruz de Cristo para que possamos repugnar aquilo que o levou para lá.
· O fariseu chega diante de Deus oferecendo uma vida “livre de erros” e cheia de “boas obras” para adquirir de Deus a justificação.
· Mas o que o publicano oferece? Nada. A não ser uma vida de pecado.
· No que confiava o fariseu? No que confiava o publicano?
· No fim da história, quem é salvo e quem continua perdido
CONFIANDO EM QUE VOCÊ ACREDITA QUE É SALVO?
A BASE DA JUSTIFICAÇÃO
CONFIANDO EM QUE VOCÊ ACREDITA QUE É SALVO?
A BASE DA JUSTIFICAÇÃO
Baseado em que Deus nos justifica?
Deus não pode deixar de lado a infração da Lei e a conseqüente punição do pecado. Quando Deus perdoa um pecador, Ele não está agindo contra a justiça. Ele não está mudando de idéia. Ele não está infligindo a própria Lei por ser Deus.
Na sua sabedoria, Deus criou os arranjos perfeitos, para que fosse possível perdoar pecadores. Como ele fez isso?
Isso está implícita nas ultimas palavras de Jesus na aplicação desta parábola.
Deus não pode deixar de lado a infração da Lei e a conseqüente punição do pecado. Quando Deus perdoa um pecador, Ele não está agindo contra a justiça. Ele não está mudando de idéia. Ele não está infligindo a própria Lei por ser Deus.
Na sua sabedoria, Deus criou os arranjos perfeitos, para que fosse possível perdoar pecadores. Como ele fez isso?
Isso está implícita nas ultimas palavras de Jesus na aplicação desta parábola.
“Os exaltados serão humilhados. E os humilhados serão exaltados”
Ora. Cristo tanto foi humilhado quanto exaltado, para que Ele mesmo tivesse o pleno direito de humilhar e exaltar quem quer que fosse.
Porque, Quando, como e por quem Cristo foi humilhado?
Ora. Cristo tanto foi humilhado quanto exaltado, para que Ele mesmo tivesse o pleno direito de humilhar e exaltar quem quer que fosse.
Porque, Quando, como e por quem Cristo foi humilhado?
Quando – (Jo.1.1-18; Fp.2.5-10) Cristo sendo Deus, se fez homem e servo, submetendo-se ele mesmo debaixo da Lei. Isso foi uma auto humilhação.
Por que – Para que ele pudesse cumprir a justiça perfeita e ser justificador dos que a Ele recorrem.
Como – Sua humilhação foi que O criador, se rebaixou a sua criatura. Seria como se os homens escolhessem viver com as formigas, ou insetos, ou vermes.
Por quem - Sua humilhação foi não por Ele mesmo, mas por nós. Toda humilhação de Cristo foi motivada pelo seu amor por nós.
O ápice porem da humilhação de Cristo aconteceu não quando o Cristo se faz criatura, mas quando O Pai o trata como a somatória da pior criatura na cruz ao ponto de virá o rosto para Ele.
Entretanto O Jesus que foi humilhado por Deus, também foi exaltado pelo mesmo Deus. Fp.2.7. Ele recebeu o nome mais exaltado do universo. Todo poder e autoridade está neste nome.
O ápice porem da humilhação de Cristo aconteceu não quando o Cristo se faz criatura, mas quando O Pai o trata como a somatória da pior criatura na cruz ao ponto de virá o rosto para Ele.
Entretanto O Jesus que foi humilhado por Deus, também foi exaltado pelo mesmo Deus. Fp.2.7. Ele recebeu o nome mais exaltado do universo. Todo poder e autoridade está neste nome.
ü Assim confiando que Jesus é o ser mais exaltado do universo, não há no que me gloriar.
ü Assim também confiando que Jesus foi o ser mais humilhado do universo, não tenho do que me envergonhar de ser humilde.
Desta forma a justificação nos faz sempre humildes mesmo sendo glorificado por Deus em Cristo.
Desta forma a justificação nos faz sempre humildes mesmo sendo glorificado por Deus em Cristo.
Se o filho de Deus tanto foi humilhado quando exaltado, o Pai pode tanto humilhar aqueles que não recebem seu Filho, como exaltar aqueles que crêem Nele.
Assim o caminho para a justificação é a confiança somente na misericórdia de Deus através de Cristo.