O Que Não É O Evangelho?
(Gl.1.6-9)
Um especialista em
identificar notas falsas foi interrogado por um observador admirado por sua
habilidade: “Incrível! Como você consegue identificar tão facilmente uma nota
falsa? Você deve estudar muito as notas falsas” O especialista disse: “Eu nunca
estudei uma nota falsa. O que faço a mais de vinte anos é estudar a verdadeira.
Assim, quando vejo uma nota falsa, imediatamente a identifico”.
O mesmo afirmo com relação
ao verdadeiro evangelho. Saiba o que ele é, e você facilmente saberá o que ele
não é.
Eu percebo que as pessoas, e até mesmo
ministros não compreendem quando falo do evangelho. Parece que não consideram
todas as implicações que o evangelho da graça de Deus pode ter e com isso erram
em entender, crer e apresentar um evangelho genuíno. E a única razão para eu
insistir tanto na genuinidade do evangelho é que:
Um evangelho não verdadeiro não glorifica a
Deus e não salva ninguém.
Existe uma pureza
no evangelho que não pode ser contaminada. Acrescentar algo ao evangelho é
perdê-lo totalmente. Existem modificações deste evangelho espalhado por todos
os púlpitos e mentes cristãs. Criaram um conceito do evangelho pela inclinação
de suas próprias mentes lógicas e caídas.
Por isso eliminando
ideias biblicamente erradas sobre o evangelho, poderemos ter um terreno mais
limpo para enxergar o que de fato é o evangelho.
O que não é o evangelho?
Nesta série
de mensagens abordaremos quatro pontos:
O evangelho
não é:
1.
EU
ME TORNO SALVO ATRAVÉS DAS MINHAS OBRAS
2. EU
ME TORNO SALVO ACRESCENTANDO MINHAS OBRAS A OBRA DE CRISTO
3. EU
ME TORNO SALVO CRISTO ACRESCENTANDO NAS MINHAS OBRAS AS SUAS OBRAS
4. EU
ME MANTENHO SALVO ATRAVÉS DAS MINHAS OBRAS
Aqui
abordaremos apenas o primeiro ponto:
I.
EU ME TORNO SALVO ATRAVÉS DAS MINHAS OBRAS
Esta é uma forma clássica de
moralismo e uma insistente pedra de tropeço à igreja de Cristo. Quem tem este
tipo de pensamento parece não ter a mínima ideia sobre a natureza, o motivo e o
alvo da morte de Cristo. Simplesmente dizem que Cristo morreu por seus pecados,
apenas por que ouviram isso muitas vezes. Mas eles mesmos nunca se perguntaram
“como assim morreu pelos meus pecados?”.
Dos muitos que me ouvem ensinar sobre a graça
do evangelho, já perdi a conta de quantos insistem em dizer: “Jesus morreu
pelos meus pecados, mas eu preciso me santificar para ser salvo”.
Ora. Ou Cristo
morreu pelos meus pecados para me salvar ou eu preciso me santificar para me
salvar. As duas coisas não podem ser verdades. Porém elas dizem: “Se Cristo já
morreu para me salvar, pra que preciso me santificar?”.
Eu digo a elas que,
com relação à salvação, esta não é a melhor pergunta. A melhor pergunta é: Se
eu devo me santificar para ser salvo,
para quê Cristo morreu por mim?
Eu preciso ir às
escrituras e entender por que Cristo teve realmente que morrer e pra quê. (Rm. 8.
1-4)
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me
libertou da lei do pecado e da morte. Por que, aquilo que a Lei fora incapaz de
fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho,
à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o
pecado na carne, a fim de que as justas exigências da Lei fossem plenamente
satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito.”
Preste atenção a
este texto.
Por ter Deus condenado o
nosso pecado na carne do seu Filho, não há mais
condenação para os que creem e descansam na sua obra
perfeita. A lei do pecado e da morte era a obrigação
de cumprir perfeitamente a lei de Deus como único meio de não ser condenado ao
juízo eterno. O Espírito de vida nos libertou
deste jugo condenatório.
A lei do pecado e da morte é a
obrigação de satisfazê-la para pagar a dívida do pecado, sob condenação de
morte para quem falhar. Mas o próprio texto está ensinando que era impossível
que alguém fosse salvo por este critério (a Lei), não por que a Lei é injusta,
mas por causa da nossa carne enferma pelo pecado.
Esta enfermidade pelo pecado não é um
ferida ou uma fratura, mas um estado de enfermidade espiritual. É como a AIDS.
A AIDS em si não é uma doença, mas uma neutralização da imunidade do corpo.
Assim quando alguém está com AIDS, pode contrair qualquer doença. Mas ninguém
poderá curar alguém de AIDS curando a doença por ela provocada. Assim também, o
problema do pecado no homem não se limita as suas manifestações práticas, mas a
um estado de pecaminosidade. Uma deficiência na sua imunidade
espiritual de forma que tudo o que provém dele é
corrompido.
Fica claro aqui por que a Lei não
fora capaz de salvar ninguém. Mas a boa notícia é que aquilo que
a Lei fora incapaz de fazer...Deus fez. O que ele fez?
Resolveu a condenação do nosso pecado, condenando no seu filho santo, inocente
e amado os nossos pecados. Por isso,
aqueles que depositam sua confiança neste sacrifício e nele descansam para sua
salvação, têm em sua vida diante de Deus as exigências da lei satisfeitas. Ou
seja. Deus aceita a nossa fé no sacrifício de Cristo como se tivéssemos (como
fez Seu Filho) obedecido perfeita e plenamente a Lei.
Viver segundo o Espírito é viver sob
esta confiança. É o Espírito Santo que nos dá certeza e nos faz confiar nos
sacrifícios de Cristo. Sem o Espírito Santo, nenhuma verdade das Escrituras
poderia ser apoderada.
Jesus teve que morrer por
que em razão do nosso estado pecaminoso, a lei era incapaz de salvar quem quer
que seja.
O que a lei foi incapaz de
fazer (salvar pecadores) Deus fez em Cristo, enviando a cumprir a lei e pagar a
dívida com a própria morte em sacrifício expiatório.
Assim o que a lei exigia
para nos justificar e salvar diante de Deus, (perfeita obediência) não exige
mais, pois Cristo obedeceu perfeitamente e morreu sacrificialmente por
nós.
A
RAZÃO PRINCIPAL PELA QUAL A SALVAÇÃO É PELA FÉ E NÃO PELAS OBRAS: A GLÓRIA DE
DEUS.
No texto de Gálatas utilizado para
esta mensagem (Gl. 1.6-9) é ensinado, Paulo está estupefato com a rapidez que
esta igreja, abandonou o verdadeiro evangelho para dar ouvidos a um falso
evangelho. Em nenhum outro lugar da bíblia, Paulo é mais radical como aqui
nesta carta. Ele disse que deve ser amaldiçoado qualquer um que nos trouxer um
evangelho diferente daquele que ele está ensinando aqui. Por isso meu amigo,
estude esta carta com muita dedicação e descubra o que não é o evangelho contra
o qual ele amaldiçoa aqui, e descubra então qual o verdadeiro evangelho. O
ÚNICO QUE SALVA OS HOMENS RENDENDO A DEUS TODA A GLÓRIA.
(At.15.10-11; Gl 2.16; Rm 3.24; Rm 3.28; Rm 3.20; Fp 3.9; Ef.2.4-9)
Continua...
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Não
estou ensinando que a santificação não faz parte da vida cristã. Mas
propositalmente não ensino sobre ela aqui, para que você tenha clareza que a
confiança da sua salvação deve está depositada exclusivamente nos sacrifícios
de Jesus, e nunca em seus atos, nem em nada mais.